segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Despedida...

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
Seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
Com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
Já que ainda estamos tão embrulhados na dor
Que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
A dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
Sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
A gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
Mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
Que de certa maneira entranhou-se na gente,
E que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’ propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela,
aquele amor que nos justificava como seres humanos,
Que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
Externamente, sem nossa concordância,
Mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.!!!
(Martha Medeiros)


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